terça-feira, 4 de dezembro de 2007

UM POEMA SEM IMAGEM

ENTRE A LUZ E A ESCURIDÃO


Pérfida luz que me esconde as sombras.
Por que ocultar-me o assombro desse não-ver?
Não, não é a cegueira que me atrai.
Ao contrário.
O que mais me encanta é a surpresa,
A descoberta,
A inadvertência daquilo que quase se vislumbra.

Sair da sombra pode ser interessante.
Mas mostrar-se à meia-luz instiga muito mais.
Adivinhar ilumina por dentro,
Enquanto desvendar-se pode ser apenas ilusão.


Enquanto caminho por entre as árvores
Talvez perceba um leve sinal de companhia.
Ao sair do bosque pode ser que caia na conta
De que sempre estive em solidão.


À noite os sentidos estão mais aguçados.
De dia é muito fácil enganar-se.
Enquanto a penumbra mostra teu “outro ser”
O mais real caminha na escuridão.


Por isso evito essa luz.
Longe de mostrar-me a verdade,
Pode ludibriar-me os sentidos.
De ribalta basta a vida,
De sentidos compreende melhor a alusão.

domingo, 2 de dezembro de 2007

UM POEMA MEIO SAFADO...


OLHOS DE MACHO


Se não me mirasses com esses olhos de macho
Seria mais fácil resistir.
Terríveis olhos de lince.
Descobrem meus desejos e meus medos.
Jogam com minha insegurança
E se aproveitam da minha respiração ofegante
Para acabar de me invadir a alma.


Se não me mirasses com esses olhos de macho
Talvez eu pudesse escapar,
Disfarçar,
Me dividir.
Mas não...
Ao tentar enfrentar
Esse olhar tão masculino
Fraquejo,
Tremo
E me entrego.

Sei que esses olhos de macho
Podem me trair os sentidos.
Mas sei também que esses olhos
Guardam a essência do que é belo,
Viril e comprometido com o prazer.
Sei que esses olhos de macho
Talvez não atravessem a manhã entre meus lençóis
Mas sei também que deixarão a promessa
De outra invasão,
De outros deleites.
E quando reconhecer em outro alguém
Esses olhos de macho,
Poderei ter,
Como mínimo,
Uma boa lembrança.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

PARA QUE NAO SE PERCA A FRESCURA DA IMAGEM

SILÊNCIO


Rompe o silêncio de minh’alma
E escuta o eco dos teus anseios.
Deixa que eu escute tua voz,
Teus sussurros...
Teus gemidos.
Faz com que todos os sentidos
Adquiram um sentido menos exato.
Esqueça as regras da gramática,
Perca a noção de nexo
E se entregue à capacidade,
Que todos temos,
De ser puramente
Sensação.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

RODA OU ENGRENAGEM? EM QUAL VOCÊ SE ENQUADRA?

A RODA E A ENGRENAGEM

A roda pode se movimentar sem ajuda.
A engrenagem necessita seu par (ou mais).
Enquanto a roda gira sozinha
E sozinha pode fazer o mundo girar
A engrenagem se apóia,
Ou se esforça para apoiar,
Gira o “outro”
E pode fazer o Universo se transformar.

As imperfeições da engrenagem
Se tornam perfeitas na adaptação.
Se há uma perfeita acoplagem
Entre o que ressalta e o que não,
É necessário que se "casem"
Para chegar à perfeição.

Se gira a roda tão só
Girar a engrenagem é que não.
Entretanto quando giram as engrenagens
Movem um eixo em qualquer direção.
As maiores podem levar mensagens,
As menores potência dão.
E até giram rodas as engrenagens,
O contrário é que não.

Há pessoas-engrenagem
Que necessitam seu par para por em marcha a vida.
Há pessoas-roda
Que caminham sós e ainda assim se realizam.
Qual das duas têm uma vida melhor?
Quem sabe...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

DA SÉRIE GRANDES HERÓIS: A MULHER-CEBOLA

A MULHER-CEBOLA


Não sabe quando foi a primeira vez
Que colocou uma capa
Essa mulher.

Mas sabe que funciona como escudo,
Contra todos,
Contra tudo.
Sabe que a cada nova sensação
Utiliza como proteção
Uma nova capa.
A cada nova ferida
Não se dá por vencida
E coloca outra capa.
E, se o ferimento se renova
Não é a mesma capa que prova
E sim uma nova capa.

A cada capa que arranca
Outra capa aparece
Ao se despir essa mulher.

Chorar não é questão de mostrar-se
Talvez nem por desejo seja.
Talvez só seja uma fase
Entre a que te fere e a que te beija.

Poucos sabem o que se passa
Ao sacar dessa mulher todas as capas.
Ao chegar ao centro e descobrir
Que já se perdeu há muito seus mapas.
Já que não há uma direção a seguir
Para chegar perto de sentir
Qual o poder que se esconde
Por debaixo dessas inúmeras capas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

QUANDO TIVER UMA FOTO COM TATI COLOCO...

TATI-BI-TATI
Para Tatiana com respeito e carinho.


Cheiro de mar,
Onda de neve.
Desde tão longe,
Pesado ou leve.
Cheiro de suor,
Vento tão breve.
Desde tão perto,
Esfria ou ferve.

Que gosto é esse?
Quem prova não esquece.
Quem já o teve
Não empresta, não cede.
Que néctar é esse?
Quem bebe não verte.
Quem nunca beijou
Não sabe o que perde.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Facundo, Aldo, Fernando e Adriana no Cangrejo Loco


PELA JANELA (ULTRA-ROMANTISMO EXPLÍCITO)


Abra a janela
E veja se não é a própria lua
Que vem despedir-se de você.
Olhe para o céu
E pergunte às estrelas
Se amanhã vão estar brilhando dessa maneira,
Já que você não mais estará por aqui.


Pergunte ao vento
Que cantigas vai entoar
Se já não serão teus cabelos que vão estar ondulando perto de mim.
Imagine um passarinho
Que já não pode voar de tão pesado,
Já que a tua leveza não embala mais meus sonhos de amor.


Imagina que sou poeta sem pluma
E você uma rima que não faz sentido.
Seríamos somente eco de nossas próprias vozes.
Seríamos somente o reflexo da felicidade que desenhamos.
Seríamos apenas passado enquanto poderíamos estar sendo!
Seríamos esta sensação de desperdício
Que experimentamos
Ao saber que uma folha de outono cai em lugares sem testemunha.


Imagina que meus lábios buscam os teus durante a noite,
Inutilmente.
E que meus olhos fechados te reconhecem
Na memória dos nossos travesseiros.
Imagina esta lágrima que está prestes a rolar
E me diga que realmente
Queres partir.

sábado, 8 de setembro de 2007

A TODAS AS MULHERES DA MINHA VIDA!!!


PERLUSTRAÇÃO



Deitada estás nua sobre a cama,
Já esquecida de qualquer ranço de moralidade.
Tua leve penugem repousa sobre poros cansados.
Deitada não percebes meus olhos atentos e perscrutadores
Que te mapeiam o corpo em suave adoração.
Deitada talvez não sintas a ardência do meu olhar
Que te percebe as formas.

Teus pés apontam na minha direção
Como os pés de uma bailarina
Flagrados em uma evolução fotográfica.
Teu tornozelo é uma breve elevação
Que prenuncia o poder de tuas canelas
Rijas e lisas...
Caminho obrigatório para o devaneio de teus joelhos impetuosos.

Tuas coxas...
Ah! Aí mora o perigo!
Tuas coxas possuem músculos definidos,
Apesar de serem roliças na pretensão.
Pieguice, sim,
Mas me lembram pilastras esculpidas em mármore,
Onde está concentrado todo o poder de sedução
De Afrodite,
De Vênus,
De Narciso,
De Onã.

Deitada conduzes meus olhos pelo abismo desenhado por tuas coxas.
Não sem antes me avizinhar de tuas ancas
Num passeio aéreo sobre os montes que formam tuas nádegas.
O vale é paradisíaco,
Dando um baile nos sentidos.
Apelo irresistível a uma queda vertiginosa,
A um mergulho quase que fatal no teu fundo,
Para sair em vôo rasante,
Contornar a montanha de tuas carnes
E se aproximar de tua selva pubiana.

Oh! Perdição das matas!
Amazona dos meus delírios!
A aspereza de teus pelos crespos
Me provocando ao contato mais que sonhado.
Flora que emoldura um tesouro inestimável;
Relva que esconde a entrada do teu Universo.
Tua vagina parece agora pálpebras que se cerraram.
Os grandes lábios se tocam como que esperando por um beijo,
Por uma língua que os afaste suavemente.
O clitóris, afundado no teu íntimo,
Guarda a sensação de um carinho inusitado.
A lembrança dos nossos líquidos misturados
Provoca mais vertigem.

Incrustado no ventre,
Teu umbigo guarda a lembrança das pérolas,
Do mesmo modo que teus seios,
Maçãs colhidas em suculenta maturação,
Seduzem pela memória do paraíso,
Pela reminiscência do Éden revivido no êxtase.
Os mamilos, que se enrijecem ao primeiro contato,
São gotas caídas da noite
Que guardam a seiva da Eternidade;
Alcaparras na aparência,
Transcendentes no sabor.
Ah! Tocá-los...
Sentir-los é mais do que se possa desejar.
Avançar meu toque pelos ombros,
Aproximar minha língua do teu queixo
E me afastar...
Te possuir novamente com os olhos;
Beber de teus lábios a saliva imaginada;
Sugar, à distância, a ponta do teu nariz;
Mordiscar o lóbulo de tuas orelhas
E escorregar a sensação de posse pelas tuas costas abaixo.
Revolver teus cabelos,
Beber teu suor,
Integrar-me à tua pele,
Branca...
Negra...
Não importa...
Te imbuir do meu ímpeto de vida
E te fazer levitar no mar de cores que é o Desejo.

Deitada...
Deitada não sabes como me acendes.
Deitada não sabes como ascendes.
Deitada transformas Tempo e Espaço,
Mudas a dimensão do Orgasmo,
Perturbas o equilíbrio da libido
E roubas o ar de quem te observa,
De cima,
Em inexorável submissão.

sábado, 25 de agosto de 2007

ENTRE SAINT-EXUPERY E STANLEY KUBRICK (em português e español)


DISTÂNCIA CÓSMICA



Daqui do meu planeta
Observo o planeta que escolheste para ser teu.
Daqui do meu planeta
Observo o teu planeta e não te vejo.
Mas sei que, daí do teu planeta,
Observas o meu.

Sei que aí no teu planeta
O dia corre como aqui no meu.
O sol se levanta e se deita
No meu planeta na mesma hora que no teu.

Sei que, quando a noite aqui se derrama,
Encobrindo todo o meu planeta,
Também se faz escuro aí no teu.
É nessa hora que sentas para contar as estrelas...
As mesmas estrelas que conto daqui do meu.

Depois de contadas todas as estrelas,
Com a certeza de que não falta nenhuma,
No teu céu que também é meu,
Deitas de frente para o Universo
E adivinhas o meu desejo,
Assim como eu adivinho o teu.




DISTANCIA COSMICA



Desde mi planeta
Observo el planeta que elegiste para ser tuyo.
Desde mi planeta
Observo tu planeta y no te veo.
Pero se que desde tu planeta observas el mío.

Se que ahí en tu planeta
Los días pasan como en el mío.
El sol desmaya y se levanta
En mi planeta en la misma hora que en el tuyo.

Yo se que cuando cae la noche
Cubriendo todo mi planeta,
También se hace oscuro en el tuyo.
Es la hora en que sientas para contar las estrellas,
Las mismas estrellas que cuento yo desde el mío.

Después de contadas todas las estrellas,
Con la certeza de que no falta ninguna,
En tu cielo que también es el mío,
Te tumbas de frente para el Universo
Y adivinas mi deseo,
Como yo adivino el tuyo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

ONDE ESTÁ TUA JUBA? OU "TINHA QUE TER UMA FOTO COM O ESTEBAN NESTE BLOG!!!


OS LEÕES QUE DEVORAM HOMENS NÃO TÊM JUBA


Será mera casualidade
A idade da loba?
Ou será boba a mulher em questão?
Se os homens que devoram homens
Estão cada dia mais calvos
Diferem os alvos, as armas é que não.


Os leões que devoram homens não têm juba.
Diz o Discovery Chanel.
Será mera coincidência
Essa incidência tão estranha?
Ou será que aquele que perde o cabelo
Mais potência ganha?


Se nada tem a ver
A juba, o cabelo e os leões
Quem há de saber
Onde estão os “senões”?
Como não se devoram homens
Com a mesma freqüência
Com que se perdem os pelos,
Porque preocupar-se
Com a juba, os leões e os cabelos?

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

BRINCADEIRA


BRINCANDO COM A RIMA - ESPELHOS


Não vou questionar tua rima
Porque não quero que duvides da minha.
Se o eco dos teus sentimentos
Não encontra resposta nos meus
Talvez nos falte um espelho.
Se a luz que explode em um destelho
Não brilha nos olhos meus
É que talvez nossos momentos
Ainda não se envolveram em uma rinha
Entre aquele que pede uma assinatura e o outro que firma.


Pode ser que só a repetição
Das tuas águas nas minhas
Faça com que corra sempre esse rio
Entre as fronteiras do querer
E o abismo da sabedoria.
Ou talvez mais fácil seria
Não tentar saber
Onde começa o fio
Que embaraça as linhas
Da vida, do amor, da paixão.


Não sei o que chegou primeiro
Se a minha palavra ou a tua,
Só sei que nunca gritamos
Tudo o que deveríamos gritar
A pleno pulmão aberto.
É mais errado que certo
Tomar partido, julgar
Aquilo que deixamos
Marcado na pele nua
Ao compartirmos o meio com o inteiro.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

MIEDO DE AUSENCIA - JAIR


CASI AUSENCIA


Al contrario de la piel desnuda
Las barbas, cuando se tocan,
No provocan silencio.
La sensación
De dejarse arrastrar por las calles
No es la misma
Que dejarse caer al vacío.

No,
No hablo de ti y de mi,
Hablo de esta noche ancestral que se acerca
Y de la inevitable vuelta a los orígenes de los sentimientos.
Hablo de ese inmenso nada
Que puede provocar tu ausencia,
Esa falta de nosotros.


Todavía
No hemos aprendido a ser dos.
Los sonidos entrecortados que se escapan de nuestras bocas
Aun no lo hicieron al unísono.
Solo puedo pedir que me perdones
Por intentar ser tan genérico
Y acabar siendo tan específico.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

VENTANAS


PUERTAS Y VENTANAS

Abrir las puertas
y no solamente las puertas;
abrir nuestro camino hacia nuestro destino,
abrir los brazos para acoger los abrazos,
abrir nuestro pecho para los latidos de otros corazones,
abrir nuestros cerebros para otros puntos de vista,
otras culturas,
otras querencias.

Abrir las ventanas,
pero no solo las ventanas;
abrir nuestros ojos para otras miradas,
abrir nuestros oídos para otras voces,
otras canciones,
otros lamentos.
Cerrar las heridas,
pero no solo las heridas;
cerrar las posibilidades de nuevos daños,
nuevos dolores,
nuevos disgustos;
y,
por encima de todo,
estar preparados para sufrir,
querer y deleitarnos con el simple placer de VIVIR!!!!!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

QUASE TRÊS RUGAS


QUASE TRES RUGAS

De cada lado do olho
O arado do tempo já sulcou a pele.
Os frutos,
Que estranho,
Já maduraram
Antes de colocar a semente.
Os cabelos,
Que já são mais de inverno que de primavera,
Caem fartos...
Ou caem de fartos?
Tudo são prosódias.
Tudo é falácia.
Tudo esquenta antes do tempo
E derrete igual de temporão.
Por que pensar na idade
Se é mais fácil ignorá-la?
E porque ignorá-la
Se é tão bom pensá-la?
Antes frio
Que mal aquecido.
Antes ao entardecer
Que tarde.
Foi tão fora que soprou essa brisa
Que aqui dentro
Essa absurda calmaria
Provoca mais tédio
Que apreensão.
Será que já há sulcos na pele?
Ao lado do nariz ou saindo do vinco dos olhos?
Será que na testa já tem rugas de expressão?
Ou será que toda expressão está por chegar?
Será que o suor ainda corre em linha reta para baixo
Ou percorre os rios horizontais antes de transbordar?

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

BARCELONA É TUDO


BARCELONA É MAIS QUE UM PORTO
Para: Zélia Bastos


Vago pelas noites, Barcelona.
Meu corpo é mais que sólido, líquido e ar.
Vago sem rumo, sem objetivo, sem norte.
Vago pelas ruas da velha cidade
Como quem busca o que sempre soube achar.
Quem já perdeu o que nunca quis
Porque tentar de novo encontrar?


Vago pelas ruas, Barcelona,
Sem querer ao menos encontrar.
Sigo as luzes em busca do nada,
Sigo um nada que não me pode justificar.
Como quem,
Desconectado da ausência,
Insiste na presença como se fosse ancorar.
Como se âncora do nada fosse a existência
Como se a existência do nada pudesse se auto-explicar.

Vago pela luz, Barcelona
Em busca do escuro da sabedoria.
Como quem tenta
Num primeirúltimo esforço
Das águas da vidência se libertar.
Como se fosse fácil,
Depois da tempestade,
Um porto seguro encontrar.
Como se não fosse último
Esse olhar que se perde no mar.
Como se a beleza das coisas que não existem
Fosse maior que a inteligência dos que buscam
O que, sabem, nunca poderão encontrar.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

CAMP NOU: BARCELONA X SEVILLA


FUTEBOL



O futebol é um esporte de machos
Para machos
Que não gostam de outros machos.

O futebol é um esporte para machos
Que não gostam de machos
Que gostam de outros machos.

O futebol é um esporte
Que gostam os machos
Que não gostam dos machos
Que gostam de outros machos.

O futebol é um esporte de machos
Que gostam de outros machos
Que gostam de machos
Que olham para outros machos.

O futebol é um esporte para machos
Que gostam de ver outros machos
Que gostam de machos.


O FUTEBOL É GAY!!!!!!!!!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

SEM TITULO


SEM TÍTULO


Esta página em branco,
esperando por umas palavras
que expressem alguma idéia ou pensamento
me assusta...
Assim como me assusta ter a cabeça em branco,
ter um dia que parece que vou passar em branco,
ver meus dias passados em branco
e sentir o branco de uma ausência que eu nem sei de quem...
Que dorzinha mais chata essa
vinda sabe lá de onde,
forçando um pensamento, uma nostalgia,
uma saudade sem sentido.
Que agulhada é essa que incomoda e perturba
mas que não mostra um caminho a seguir.
Cobra uma decisão
mas não dá nenhum indício de saída...
Preferia ter um dia negro
com uma dor profunda que mostrasse sua cara,
que me apertasse com força contra a parede
e me fizesse desesperar.
Só as dores violentas
provocam uma reação contundente.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

PROJETO DE VIDA


CORTA-ME UMA ORELHA


Vagas são as promessas quando flutuas,
Assim como vagas tu pelas ruas.
As vagas promessas nuas
Não são tão vagas, mas são tuas.

Vagas marés de esperança,
Virtudes, partidas, chegança.
Vagos rodopios, tardança
De uma inútil e velha criança.

Primeiro foram as gotas na telha
Despertando uma sutil centelha,
Do meu sexo numa história velha
A cochichar dentro da minha orelha.


Não são poucos os sexos,
Nem todos são ricos em nexos.
Mas são únicos os plexos
Que se ajustam os côncavos aos convexos.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

ESCOLHAS


ESCOLHAS


Entre a claridade e o esplendor
Escolha sempre o brilho tênue da aurora.
Pode te iluminar a vida
Sem cegar tu’alma.

Entre o brilho cego de uma promessa
E a certeza de uma paz infinita
Opte pela possibilidade
Porque, se falha, não é por estar tão próxima.

Entre o certo e o errado
Permita-se a dúvida.
Qual certeza maior
Que saber que tudo nessa vida é relativo?

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