sábado, 8 de setembro de 2007

A TODAS AS MULHERES DA MINHA VIDA!!!


PERLUSTRAÇÃO



Deitada estás nua sobre a cama,
Já esquecida de qualquer ranço de moralidade.
Tua leve penugem repousa sobre poros cansados.
Deitada não percebes meus olhos atentos e perscrutadores
Que te mapeiam o corpo em suave adoração.
Deitada talvez não sintas a ardência do meu olhar
Que te percebe as formas.

Teus pés apontam na minha direção
Como os pés de uma bailarina
Flagrados em uma evolução fotográfica.
Teu tornozelo é uma breve elevação
Que prenuncia o poder de tuas canelas
Rijas e lisas...
Caminho obrigatório para o devaneio de teus joelhos impetuosos.

Tuas coxas...
Ah! Aí mora o perigo!
Tuas coxas possuem músculos definidos,
Apesar de serem roliças na pretensão.
Pieguice, sim,
Mas me lembram pilastras esculpidas em mármore,
Onde está concentrado todo o poder de sedução
De Afrodite,
De Vênus,
De Narciso,
De Onã.

Deitada conduzes meus olhos pelo abismo desenhado por tuas coxas.
Não sem antes me avizinhar de tuas ancas
Num passeio aéreo sobre os montes que formam tuas nádegas.
O vale é paradisíaco,
Dando um baile nos sentidos.
Apelo irresistível a uma queda vertiginosa,
A um mergulho quase que fatal no teu fundo,
Para sair em vôo rasante,
Contornar a montanha de tuas carnes
E se aproximar de tua selva pubiana.

Oh! Perdição das matas!
Amazona dos meus delírios!
A aspereza de teus pelos crespos
Me provocando ao contato mais que sonhado.
Flora que emoldura um tesouro inestimável;
Relva que esconde a entrada do teu Universo.
Tua vagina parece agora pálpebras que se cerraram.
Os grandes lábios se tocam como que esperando por um beijo,
Por uma língua que os afaste suavemente.
O clitóris, afundado no teu íntimo,
Guarda a sensação de um carinho inusitado.
A lembrança dos nossos líquidos misturados
Provoca mais vertigem.

Incrustado no ventre,
Teu umbigo guarda a lembrança das pérolas,
Do mesmo modo que teus seios,
Maçãs colhidas em suculenta maturação,
Seduzem pela memória do paraíso,
Pela reminiscência do Éden revivido no êxtase.
Os mamilos, que se enrijecem ao primeiro contato,
São gotas caídas da noite
Que guardam a seiva da Eternidade;
Alcaparras na aparência,
Transcendentes no sabor.
Ah! Tocá-los...
Sentir-los é mais do que se possa desejar.
Avançar meu toque pelos ombros,
Aproximar minha língua do teu queixo
E me afastar...
Te possuir novamente com os olhos;
Beber de teus lábios a saliva imaginada;
Sugar, à distância, a ponta do teu nariz;
Mordiscar o lóbulo de tuas orelhas
E escorregar a sensação de posse pelas tuas costas abaixo.
Revolver teus cabelos,
Beber teu suor,
Integrar-me à tua pele,
Branca...
Negra...
Não importa...
Te imbuir do meu ímpeto de vida
E te fazer levitar no mar de cores que é o Desejo.

Deitada...
Deitada não sabes como me acendes.
Deitada não sabes como ascendes.
Deitada transformas Tempo e Espaço,
Mudas a dimensão do Orgasmo,
Perturbas o equilíbrio da libido
E roubas o ar de quem te observa,
De cima,
Em inexorável submissão.

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