segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

O BORBULHAR DO GÊNIO

A Bahia é pródiga de talentos em todos os ramos das artes. Isso é um fato conhecido por todos.
Soube da obra de Saulo Dourado durante a Flipelô de 2018, onde apresentava meu livro “A Namorada do Pequeno Príncipe, juntamente com o próprio Saulo e o excelente Breno Fernandes (que falava sobre “Mendax”, que ainda não li).
“O Borbulhar do Gênio” me pareceu que seria um relato falando mais sobre Ruy Barbosa, principalmente porque é este que está retratado na capa, mas logo me dei conta de que este “borbulhar” estava ligado à genialidade borbulhante desta Bahia que gera talentos desde seu nascedouro. O “borbulhar da genialidade” é condição inequívoca desta terra e, na época retratada no livro (meados do século XIX), era ainda mais evidente, pois a primeira capital do Brasil era celeiro de várias figuras de expressão nacional, entre elas os personagens do livro: Ruy Barbosa e Castro Alves.
Saulo nos faz submergir na história das duas figuras históricas, que conviveram e se admiraram mutuamente durante anos a fio. As lacunas desta história, desconhecidas pela falta de registros, são preenchidas pela imaginação do escritor de forma brilhante, tornando todo o relato verossímil, aproximando o livro de uma biografia romanceada com emoção e talento e abusando, também Saulo, da genialidade borbulhante desta Bahia maravilhosa.
“O Borbulhar do Gênio”, tenho certeza, pode ser inscrito entre as maiores obras de literatura produzidas no país nos últimos anos e Saulo Dourado é merecedor de figurar entre os grandes talentos não só da Bahia, mas de todo o Brasil.
Escrevo ainda sob o efeito da emoção de ter finalizado a leitura deste livro maravilhoso e espero que muitos também o leiam, valorizem a produção nacional e coloquem o livro e seu autor no lugar de destaque que merecem.
Obviamente esta não é uma crítica, já que não sou crítico literário. É uma declaração de amor mesmo! Amor pela literatura, pelos gênios retratados no livro e pela forma elegante, inteligente e inspirada com que Saulo Dourado nos introduz neste universo de inveja (mais por parte de Ruy Barbosa), devoção à poesia (mais por Castro Alves) e pelas letras em geral (de ambos).
Salvador, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, entre 1840 e pouco depois de 1870, fazem pano de fundo para esta obra que nos aproxima destes dois gênios e nos faz conhecer um pouco mais de suas vidas e obras.
Só me resta esperar novas obras deste autor que já está em minha galeria de preferidos com certeza!

sábado, 16 de fevereiro de 2019

CORREIO SUL E TERRA DOS HOMENS

Acabei de ler dois livros de Antoine de Saint-Exupéry.
Confesso que antes de escrever “A NAMORADA DO PEQUENO PRÍNCIPE”, só tinha lido seu livro mais famoso. Sabia que ele tinha escrito outros, mas nunca me interessei. Grande erro!
“Correio Sul” já mostra a genialidade com as letras de Saint-Exupéry, que transforma uma história trágica de amor em uma peça de beleza espantosa. Livro curto que se lê de um só golpe e que atinge seu objetivo da mesma forma: em um ataque curto e certeiro nas emoções que nos movem.
“Terra dos Homens”, além de relatar de forma muito crua e realística os dias que o autor sobreviveu no deserto, juntamente com seu copiloto, nos apresenta todo o universo dos aviadores que desbravaram os céus em aviõezinhos parecidos a aeronaves de brinquedo e criaram rotas até hoje utilizadas pelos voos comerciais. A descrição da quase morte, por desidratação, do padecimento na aridez do deserto e as sensações experimentadas pela ingestão do “néctar da vida”, depois de tantos dias, me apresentaram alguns dos capítulos mais belos que já li até o momento.
Estes livros me mostraram um Saint-Exupéry muito além d’O Pequeno Príncipe e me deixaram com a sensação de que ainda conheço pouco deste maravilhoso escritor.
Na fila de leitura outra obra prima: “Voo Noturno”.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Livro: OS FANZINEIROS

OS FANZINEIROS - BRENO FERNANDES

Lendo apenas a sinopse, tem-se a impressão de que "Os Fanzineiros (Editora FTD - 2018)é uma aventura infanto-juvenil que se passa numa fictícia cidade baiana.
Bom... É e não é!
Apesar do contexto ser bem este e, de quebra situar esta obra de Breno Fernandes num universo compartilhado com mestres desse tipo de literatura, este livro é muito mais que isso.
Partindo do fio condutor, que é a criação de um Fanzine por dois adolescentes (logo outros dois se juntarão a eles), o autor cria um universo completamente verossímil e deliciosamente narrado que nos remete tanto a nossa própria adolescência,com os primeiros amores, as inseguranças, os conflitos de amizade e família, quanto na realidade vivida pelos adolescentes da era virtual, tão afetada pelo bullyng, pelas mídias sociais, pela televisão e - principalmente! - pelas fake news que assolam o nosso cotidiano e que muitas vezes nos fazem duvidar sobre o que é certo e o que é errado, o que é real e o que é invenção.
Lê-se "Os Fanzineiros" com avidez e contentamento. Afinal não é todo dia que encontramos este tipo de literatura, com qualidade narrativa e diversão dosadas na medida certa.
Só resta esperar pelas novas obras de Breno (MENDAX, obra anterior do autor, já está na minha estante, clamando por leitura!).
Ahhhh... O cavalinho alado da foto é só para lembrar do projeto "CAVALOS ALADOS" (mais informações entrem em contato)

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