CUNHADO (A) NÃO É PARENTE
Cunhado não é parente. Taí uma verdade que eu gosto sempre de repetir.
Entretanto um cunhado (a) acaba criando vínculos que muitas vezes vão além do parentesco. Ele (a) se relaciona com seu irmão (ã) diariamente e se seu vínculo com o irmão (ã) é forte, tende a criar uma relação intensa também com este não-parente. Logo virão os sobrinhos, os parentes dos não-parentes e toda uma fauna humana que pode ser deliciosamente sociável, ridiculamente agradável ou simplesmente insuportável.
Há casos mais delicados em que o cunhado (a) não-parente acaba se tornando até mais próximo que o seu cônjuge, formando aquilo que todos chamamos de “a família que escolhemos”. Nesta família cabem todos: parentes, amigos, cunhados, cunhadas e todos aqueles que merecem nosso carinho e respeito.
Há alguns dias perdi um destes não-parentes que faz parte da família que escolhi para mim.
A Maria de Lurdes não é só a mulher do meu irmão ou a mãe dos meus sobrinhos, nem apenas a avó dos meus sobrinhos-netos. Ela é uma luz que continuará brilhando em minha vida física e também em energia, quando eu coabitar a dimensão dos anjos ao seu lado. O brilho de seu olhar, a doçura de sua voz, a simpatia de seu sorriso e a honestidade de seus atos, seguirão povoando minhas memórias para sempre.
Não, Lurdes, você não partiu pura e simplesmente para outra dimensão. Hoje nós compartilhamos com os anjos a sua presença. Claro, eles estarão mais felizes, já que te têm em toda a plenitude. Nós, por enquanto, temos que nos contentar com as lembranças e com alguma fortuita visita em algum sonho, em um soprar de brisa, em um vislumbre da eternidade que agora rima com teu sorriso. Se neste momento, ouvirmos algum farfalhar de asas, algum riso tão infantil quanto verdadeiro, uma voz de alento, um simples suspirar de felicidade, saberemos que você continua a velar por nós, do mesmo modo que velamos tua memória.
Até sempre, amiga, e que os anjos te recebam de asas abertas!
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