quinta-feira, 26 de novembro de 2015

RIO DOCE

“Estou triste”, diria o rio, “a matéria viva que vivia em mim já é passado.”
“Mas estou feliz”, completaria o rio, “os homens de bem choram por mim.”
“Meu leito sujo já não é o mesmo.”
“Minhas lágrimas já não são transparentes.”
“Minhas margens, outrora objeto de admiração,
Hoje não exibem mais que miséria e infâmia.”
“Mas eu voltarei! Meus estertores de agora serão suspiros amanhã.”
“O lodaçal, que não é meu, será reduto de vida no futuro, para mim, pouco distante.”
“Se hoje choram vocês por mim, homens de bem, não se preocupem,
Chegará o momento, esse talvez definitivo, em que chorarei por vocês!”

Um comentário:

silvioafonso disse...

Belas palavras.
Vou seguir seu blog e se
você quiser, também pode
seguir o meu.

Um abraço e bom natal.





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